sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Versos, rosas e vinho

Que venha como as intempéries, avassaladoras. Que venha como a chuva que cai, marcante, silenciosa. Que venha como a Lua que se põe de joelho pra que o sol brilhe e ilumine o dia.  Não quero que mude o mundo, quero transformações no meu sorriso quando estou contigo, quero o tato que você desperta, quero o calor dos beijos e a forma como sorri pra mim, e os teus olhinhos brilhando, apertadinhos, bobinhos, quero a singeleza de colocar o meu cabelo gentilmente atrás da orelha e teus braços que me acolhem, como um quebra cabeça. De nada adianta colecionar números, pessoas, vazios. De nada adianta colecionar, em gênero. Melhor a subjetividade, a singularidade de um único, de um mágico, capaz de transformar seu humor. Quero a sorte de um amor companheiro, não somente em presença, mas em sentimento, amizade e amor, os dois, na dose exata. Quero versos, rosas e vinhos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Tormenta

Nem sempre os olhos meus exalam a marcha da alegria. Nem sempre os lábios meus ensaiam um sorriso verdadeiro eficazmente, às vezes é ironia, às vezes educação, às vezes só silêncio.
Talvez eu tenha me encontrado no vazio em que me encontro, talvez tenha me perdido ao dobrar a esquina a que me induz.
Quem sabe assim só, tão só, minha voz ecoe a mim mesma e me traga as respostas de que tanto preciso.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Em carne viva

De leve, foi lhe voltando a luz do sorriso, o brilhinho do olhar, um passo aleijado, cambaleado, mas um passo. Com certeza um grande passo pra quem não conseguia nem se arrastar, de tão ferida! Até as brincadeiras e loucurinhas voltaram, após uma semana recheada com despedida, álcool, decepções, desestimulo, zilhões de lágrimas e mais um bocado de atos insanos. Percebeu-se que nada adiantava praguejar contra a vida, pois ela lhe voltava cada bofetada, cada insulto e sendo assim, onde iria-se parar? Chega de vestir-se com outra pele, e, ainda bem que percebera a tempo o que estava fazendo consigo mesma. Estava matando sua personalidade e deixando à tona todas as suas outras 2.643.578,6 milhões, todas bem difíceis... Era aceitável o motivo pelo qual estava mal, mas agir assim, com toda essa agressividade interior só atingiria um alvo: a própria.
Não que, como dissesse uma amiga, amasse todo mundo, não era assim de jeito nenhum! Apenas preferia a passividade algumas vezes...e, talvez não se arrependesse desse comportamento, ele era seu. Já a colocara em muita situação em que teve que aguentar tudo sozinha, mas lhe trazia um certo sentimento de compreensão. Não significava ficar feliz com tudo o que estava acontecendo e falar que passaria por essa fácil, ou ter auto-piedade (que aliás sempre costumava ter). Não será a primeira e nem a última vez que se passa por uma situação que exige muito mais do que você pode dar... será um desafio e tanto! Mas, o ser humano é um ser adaptável à tudo! Muitas águas estariam por rolar. Tentar viver um dia após outro, com conformidade, paciência né? Até pra não surtar!
A maior lição que se pode tirar dessa semana: tudo, tudo o que você fizer, será por sua conta. E o inferno não são os outros, o inferno é você mesmo.
E ainda outra: FÉRIAS, férias de amor! 


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Citação do dia


Toda noite (...) observava o céu. Em geral, ele parecia um transbordamento - frio e pesado, escorregadio e cinzento -, mas, vez por outra, algumas estrelas se atreviam a aparecer e flutuar, nem que fosse por uns minutos. Nessas noites, Liesel ficava um pouquinho mais e esperava.
- Oi, estrelas.
E esperava"

Markus Zusak - A menina que roubava livros

sábado, 5 de novembro de 2011

Não é nada, é tudo

Encosto de leve a cabeça no travesseiro em busca de algum conforto, alguma resposta, algum silêncio. Mas, à contragosto, a mente tão desobediente voa para não tão longe, para não tão perto. O coração, já tão surrado, faz-se notar como uma enorme pedra de gelo, que esfria as extremidades e o estômago, mas que incomoda as decisões. Vontade de parar, de transformar-se em vácuo e deitar sob o céu pálido e admirar a nadificação e estupidez que nele está contida, mas que tão se assemelha com o meu interior.

domingo, 30 de outubro de 2011

No olho, a chuva
Na mente, a brisa
O coração pensa
A razão ama
A palavra é injusta
A oportunidade trai.

Passarás, não passarás

O passado não importa? Olha pra trás e vê o quanto você cresceu e aprendeu, por mais frustrantes que tenham sido as suas experiências! No passado está a infância, a doce inocência de infância, o bolinho de chuva da vovó, os mimos da família, as brincadeiras de rua que sempre rendiam joelhos surrados, alguns dos amigos que você guarda até hoje, nem que seja a fraca lembrança! É lá atrás que estão meus sorrisos e gargalhadas do tempo de escola, os bilhetinhos durante a aula, a noite das meninas, o tempo de escrever o nome do carinha que você gosta dentro de um coração e ficar muito envergonhada quando ele toma conhecimento, os segredos, que até hoje estão à sete chaves... estão também os tropeços, as decepções, as lágrimas, os caquinhos de coração, os soluços, as intrigas.
Muitas destas coisas, continuarão a fazer parte do que sou agora, do que somos agora, mas seria muito utópico achar que as coisas não sofrem mutação! Você se lembra daquela amiga com a qual você dividia todos os seus segredos e hoje em dia tem pouquíssimo contato? Lembra das promessas no ensino médio de que seríamos pra sempre, como se fôssemos heróis? Lembra daquele beijo roubado, que ficou sem devolução até hoje? Certas coisas não voltam, não se repetem, não se assemelham. Cada minuto nos guarda uma surpresa, cada surpresa, um sabor.
Seria um tanto clichê falar pra aproveitar cada minutinho, mas acho que o caso é muito mais falar pra não abandonar totalmente o passado - claro, algumas coisas merecem, realmente - mas é lá que se encontram lembranças que você quer guardar e que jamais voltarão.
É do passado que tiro um bocado de forças pra estar aqui no presente, é nele que me inspiro, seja pra repetir as coisas boas, seja pra não cometer os mesmos erros. E sei que hoje, sou uma pessoa diferente de ontem, que é diferente de quem serei amanhã.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Comigo

Um amigo assim, de verdade, é mais do que alguém que compartilha segredos, risos e momentos bons. Amigo tá contigo nas horas ruins, te dando aquele abraço apertadão. Amigo preza pelo seu bem estar, mesmo que isso possa sacrificar o dele próprio. Amigo não é posse, amigo é plenitude! Amigo conversa, amigo dá bronca, amigo mostra a verdade nua e crua. Amigos são anjos, disfarçados de humanos!

À todos os meus amigos, pela contração das suas pupilas quando riem, pelo som ecoante de cada riso, por cada semblante, por cada nuance, cada abraço e principalmente por eu poder falar com vocês como se estivesse falando comigo mesma (:

domingo, 16 de outubro de 2011

Bom mesmo seria se só fizéssemos o que temos vontade, o que não dar dor de cabeça, o que nos interessa e agrada, mas, a contragosto, você percebe que não é bem assim que a banda toca, que se você fugir dos problemas, eles não desaparecerão, te perseguirão, até quando você quer  jogar tudo pro alto e sair gritando por aí, seguindo uma vida instintiva...  Faz parte do processo de aprendizagem e amadurecimento saber discernir o que é prioridade na sua vida, ser inteligente o suficiente pra saber o que realmente não pode ser deixado de lado e ser forte para abandonar certas coisas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vinho, paixão e um adeus!

Diana era confusa e envolvia as pessoas em sua teia emaranhada de indecisões. O jeito excêntrico de Paul a fazia sentir secreta vergonha, ele andava sempre com o cabelo despenteado e jaqueta de couro, como se estivesse em perfeita desarmonia, principalmente o seu português tropeçado. Ela era o que pode ser chamado de "dondoca", bonequinha da sociedade, educada nos costumes mais finos, isso a fazia pensar nos comentários aguçados de suas colegas do ioga.  Ele era explosivo e impaciente, não suportava ser sempre tratado como um meio e não um fim. Após dias de incessantes brigas, com reconciliações sempre muito explosivas, rumos, decisões e garrafas de vinho foram tomados, todas as exclamações se transformariam em pontos finais, tudo não teria passado de uma aventura, iniciada após longos papos e copos de tequila em uma boate caribenha.
 O beijo de despedida tinha sabor de ventania, embora marcante. Diana sussurrou naqueles ouvidos quentes as palavras de um até logo, jogado como vidro, que cai e corta! Ela sabia que ao abrir os olhos, embargados por lágrimas, o sonho desabaria, a noite já teria se tornado dia e aquele perfume de almíscar e o cheiro de loção de barbear se dissipariam no ar.
Era o fim, o fim daquele maio tão aconchegante, o fim da pluralidade do "nós", do casal temperado por paixão ardente.
Com o dia já raiado e os lençóis marcados com vestígios de vinho, ela foi embora. O barulho de buzinas, a freada, os gritos e a figura de uma mulher, no chão. O destino os separara para sempre.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Amor, fantasiado de quê? Amor, que amor? Amor que arrebata, amor que acalora, amor que cuida, que valham a loucura do meu riso. Amor, que amor?  Derrama em mim o teu sabor agridoce de conquista, o teu charme. As palavras fogem, caem por terra, as atitudes marcam! Quero perder-me ao encontrar-te quando, por ventura, dobrar as esquinas do teu mundo. E não demora, que a sorte é efêmera!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa:" Minha flor está lá, nalgum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem".

Saint-Exupéry em "O pequeno príncipe".

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Puro desperdício de luz

Da saudade que restou
Do que ainda não vivi
Desperdício, loucura e cegueira
Assim, afasto-me do que me seria luz
Luz de beira de abismo
Luz de fim de túnel
Fecho os olhos para não me dar conta das cores

Amor amado

Olha-me,
Tão somente com outras lentes
Repara-me,
Considera o que não lhe é óbvio
Ama-me,
Tão mais do que espero
Toma-me nos braços
Interrompa a fala com beijos apaixonados
Me leva pra ver o por-do-sol
Dormir sob o cobertor estrelado
Goste de me ter ao lado
Não te peço perfeição
Nem ausência de brigas
Te peço que exista
Querido amor procurado

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pra não dizer que não falei das flores

Haverá uma época mais inspiradora para se pensar em mudanças do que a primavera? Nada viria melhor a calhar! Promessas de primavera são cumpridas, eternizadas, juramentadas às flores, e trair uma flor é covardia!
Então, deixemos a estação anterior e sua palidez para trás, façamos uma bela faxina no nosso jardim. Arranquemos as ervas daninhas e, em seu lugar plantemos lindas e coloridas flores.
Todo o universo entra na valsa de chegada da sua mais querida prima, ah, a primavera!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Para se roubar um coração

"Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, 
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você."

Luís Fernando Veríssimo

Como sempre, mais um dos grandes textos de Veríssimo, realmente muito bom. Compartilho opiniões ;)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O outro EU

Ainda pior do que olhar uma cidade e não reconhecer ali um lugar seu, do que olhar para um céu nublado, do que olhar um amigo que mudou, do que olhar para um amor antigo e não reconhecer nele características que, antes, lhes foram agradáveis, é olhar para si mesmo, com que por dentro e pensar o quanto você está irreconhecível! Conserva em si características fiéis, mas,  simultaneamente, a vida foi-lhe imprimindo marcas, vestes, faces de um outro EU, um engolidor de personalidades, que quer, a todo custo abarcar a sua essência e mandá-la pra longe. Esse novo personagem veio com tudo, a ponto de as pessoas acharem que esse é o seu molde, essa é sua teia característica.
O problema é que este outro EU - o engolidor de personalidades - às vezes, por ser bem mais impulsivo e ter menos senso de controle, traz mais sensações de felicidade, por assim dizer. Uma felicidade artificial e efêmera, acompanhada com o embaraço em distinguir o que é essencial e o que é dispensável em sua vida, o que é sensato e o que é totalmente inconcebível. O outro EU, muitas vezes bagunça o seu interior.
Pra que acumular insucessos, preocupações, vazios? Eu me pergunto, com que finalidade? Talvez a questão aí não seja nem tão simples, mas o fato de que a essência própria da pessoa, o seu verdadeiro eu, ser tão inseguro, a ponto de camuflar-se em uma imitação barata de si.
Apesar de não ser nada fácil expulsar este inquilino indesejável de si, a aceitação de que ele não está te fazendo bem em vários aspectos da sua vida, como por exemplo, no modo como as pessoas te veem, já é um grande passo. Então daí pra frente, é trabalho só do seu EU, o verdadeiro agora. Hora dele tomar alguma atitude e assumir as rédeas daqui pra frente. Se vai trazer mais sofrimento, isolamento, tristeza? Talvez, mas ao menos se tratará de sentimentos vividos por a única e absoluta você.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Tenho um gosto saboroso pelo inesperado, por coisas que arrancam atitudes incomuns e que, em questão de minutos, segundos, já nos vemos imersos em um mundo diferente. As palavras calam quando anseiam ser ouvidas. O coração grita quando pedem que ele se aquiete. Talvez se tivéssemos o poder de entender a vida, tantas histórias não se cruzariam, talvez o amor existisse... ou ele sempre existiu? Talvez houvesse mais loucura no olhar e menos mãos calejadas pelo sofrimento. Se a vida viesse com manual de instruções, a maioria o esqueceria dentro de uma gaveta, empoeirado. Então, nos resta um passo na frente do outro somente, não é ?

sábado, 3 de setembro de 2011

Acerca do amor


Claramente, este sábado está fantasiado de domingo... ócio, noite fria, densa. O clima remete à lembranças antigas, que gritam dentro de nós quando calamos. Eu que até então não tinha motivos para estar assim. pelo contrário, estava incrivelmente tranquila, bebi da cálida tristeza dos outros e me pus no lugar.
Por que temos o dedo ruim pra escolher amores? Porque sempre escolhemos justamente o botão que explode no campo minado? Ou melhor, porque amamos tanto a pessoa errada e com elas passamos momentos incríveis e doídos pra lembrar?
Às vezes, a vida dá uma reviravolta que jamais imaginaríamos e cá estamos nós pensando: "Qual o fator que determina o fracasso de um relacionamento? A distância? As brigas? O ciúme?". De fato que certamente, um desses fatores é o de uma pessoa mergulhar de cabeça e a outra ficar apenas na borda do poço. Esse desequilíbrio na balança afetiva geralmente machuca a que está em desvantagem.
O orgulho também é cruel. Não se pode competir em quem supera mais rápido um fim de namoro, quem se mostra mais desinteressado nem muito menos um ser demasiadamente carinhoso, e a outra pessoa, fria, pra demonstrar superioridade, supostamente mostrar que está no comando de tudo.
Amar é estar num estado incomum, onde tudo que é muito simples, vira muito, apenas. Onde o relógio para na contagem dos minutos pra rever a pessoa amada, onde flores, blues e poesias começam a fazer sentido. As pessoa esquecem que o amor não é um jogo e fazem bobeiras achando que haverá uma segunda partida. Mas acreditem: até mesmo os jogos perdem a graça! Você começa a perceber que nem sempre vale à pena se sacrificar por uma coisa que não caminha, que está com as pernas quebradas e que além do mais, quer subir nas suas costas e te transformar em um burro de carga. Amor só vale à pena quando duas pessoas estão bem e em sintonia e dispostos a ler muitas cláusulas de contrato.
O problema - ou a solução - é quando tudo isso se transforma em lembrança, apenas. Quando tudo não passa de uma página semi-virada e o travesseiro ainda cúmplice, guarda o aroma de uma despedida.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sem radar


De leve, foi-lhe voltando o sopro da vida. Não havia mais nada que a prendesse ali: nem correntes, nem laços, nem traços, não havia sequer radares pra encontrá-la. A alma livre e solta como o vento, percorria a vasta rua como que em redemoinhos, mas não era rua, era metáfora, era coração!
Mas uma alegria morna e tardia, juntava-se ao arrepio instintivo de algo ali ainda era carne viva, algo não fora pro abate. E, com desprezo, viu que uma única fatia de si tinha se prestado a um papel rebelde, não lhe obedecia os comandos. Era justamente aquela tatuada com aquele olhar e o senso de humor, que ainda a fazia tremer nas bases, mesmo que muito de vez em nunca! Recalcarei-a um dia talvez - ou nunca - quem sabe junto às desafetividades a que fui acometida, mas não antes. Porém, transformei todo o veneno em medicamento.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A saudade que o inverno trouxe

É, só não reparar nessas caras inchadas de sono que tudo fica beleza, ok ? oO
             É mais sobre se estar rodeada de pessoas e ainda sim sentir um vazio incalculável dentro de si. O inverno trouxe a saudade consigo, uma certa nostalgia de calor, uma vontade de voltar num tempo tranquilamente complicado.
            Sinto falta  dos risos e das vozes, tão familiares! Sinto falta da companhia das noites, das madrugadas... dos abraços sinceros e apertados, das nossas brincadeirinhas internas. Sinto falta dos segredos e cumplicidades e do tempo em que tão pouco era tão suficiente. Sinto falta de ter a sala cheia e alegre. Sinto falta de vocês.
           Há pessoas que passam por nossa vida e nem ao menos imaginamos o valor que elas representarão, nem  que criaríamos laços tão fortes como que de uma verdadeira família. Uns vão, outros vem, mas jamais um ocupa o lugar do outro. Este permanece como uma ferida aberta pela saudade e pela tristeza de não mais compartilharmos o mesmo teto.

Dedicado aos pensiones, principalmente os que não moram mais comigo e que tanto me alegraram semestre passado: Rafinha, Ídilla e Higor.
Saudades

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Acreditar custa um tostão

É justamente quando desistimos do cinza, do marrom, do bege, do branco, do morno, do insosso, que vamos em busca pela alma colorida: com retalhos de sorrisos, pupilas esculpidas em vitral, cheiros armazenados em memórias nítidas. Não só tinha um sorriso invejável, branco e leve como a brisa de fim de tarde, como também tinha ternura no olhar, tinha calor de abraço, tinha doçura ao lidar sabiamente com as palavras. E sendo assim, que não se sente magnetizada à ir até mais fundo e dar um presente a si mesma, acreditando novamente no coração que insiste em tornar a bater, mesmo que com intensidade de início? Mais fácil resistir ao chocolate!
Quem sabe, um passo após outro e, ao invés de chegar a um precipício como sempre foi, ela não chegaria ao fim de um arco-íris? É, acreditar custa um tostão, mas quem não joga na loteira, não tem como ganhar o prêmio.

domingo, 21 de agosto de 2011

Vida jamais entendida

Se há uma frase que faz total sentido é "Viver ultrapassar qualquer entendimento", de Clarice Lispector. Não é curioso o quanto é impossível entender a vida? Não sabemos o que vai nos acontecer minutos após, não sabemos como estará nossa vida em dois anos, não sabemos nem sequer se estaremos vivos. Como as peças do nosso quebra-cabeça se encaixam ou não, movidas por um destino, u um Deus, uma força impulsionatória maior, se é que essas coisas existem de fato. Às vezes acontecem determinadas situações que só conseguimos imaginar que existe alguém lá em cima se contorcendo de rir com nossa desgraça.
Confesso que, em determinada época da minha vida, desacreditei nessas coisas de que nada é por acaso, que tudo estava escrito, afinal, quem escreve nossa história não somos nós mesmos? Se vamos por um caminho ou outro não parte das nossas atitudes/escolhas?
De fato que se soubéssemos antecipadamente as coisas que nos iriam trazer sofrimento, com certeza iríamos por outro caminho. Mas como aprender algo, se não passarmos por experiências ruins antes? E que bagagem poderia trazer uma pessoa que nunca fez nada errado, que nunca quebrou a cara?
A vida é mesmo um mistério, que tentamos relutantemente arrumar um propósito para que nossa estadia breve seja aproveitada da melhor forma possível. E buscar saídas e respostas para o que não é sequer uma pergunta - é uma sentença - torna ainda mais louco e incoerente o processo falho de entender alguma coisa.

Vai entender, né...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pontes indestrutíveis


((Charlie Brown Jr))
Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido eu...
tomo cuidado
Pra que os desequilibrados
Não abalem minha fé
Pra eu enfrentar
Com otimismo essa loucura...
Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida...
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura...
Fragmentos da realidade
Estilo mundo cão
Tem gente que desanda
Por falta de opção
E toda fé que eu tenho
Eu tô ligado
Que ainda é pouco
Os bandidos de verdade
Tão em Brasília tudo solto
Eu faço da dificuldade
A minha motivação
A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive
É o que se faz
Saber muito é muito pouco
"Stay Will" esteja em paz..
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem...
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura...
Difícil é entender
E viver no paraíso perdido
Mas não seja mais um iludido
Derrotado e sem juízo
Então!
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura...
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem...
Viver, viver e ser livre
Saber dar valor
Para as coisas mais simples
Só o amor constrói
Pontes Indestrutíveis..

domingo, 14 de agosto de 2011

Falatório


Poderia usar essas 24 horas de que disponho pra demonstrar algo especial, que se tornaria nesse prazo, mais especial ainda, mesmo sabendo que seria ridiculamente repetitivo da minha parte citar todo aquele mar de palavras novamente. A vontade e oportunidade são grandes, a importância é grande, infelizmente a inconveniência também. As coisas passam, o tempo, cumpre o seu papel e passa também. Pra mim esta disposição em ser mal interpretada não vale lá muito à pena, é meio tolo. Tudo bem, completamente tolo!  Aprender um pouco a focar no que vem na frente e não procurar o que perder, visar o desapego de coisas/pessoas/sentimentos. Vem acompanhado com um misto de perda, nostalgia e loucura, ou quem sabe amor - ou que nome possa ser dado à isso - tudo junto, em doses irregulares e incompreendidas, quase que se acotovelando e que fogem completamente ao meu entendimento.

Valioso


Todo dia dos pais é pra mim motivo de reflexão, primeiro, porque se esse fosse um típico dia dos pais de anos atrás, eu estaria tentando imaginar como é o meu, os traços que eu poderia ter herdado dele, o porquê de eu não estar com ele nesta data e outras milhões de coisas, principalmente porquê eu ainda não o conhecera. Falta de vontade da parte dele? Vai saber. Mas hoje e dia é mais um momento de análise dos verdadeiros papéis e valores de um pai. Dizem-me que pai é mais que laços sanguíneos, é mais que um sobrenome, mais que a pessoa que colaborou na sua vinda ao mundo! Pai é aquele que cria, pai é ensinamento, preocupação, carinho, presença e amor.
Desde muito pequena convivi lado a lado com a louca vontade de conhecer o meu pai biológico, tinha sonhos utópicos com ele. Até que esse dia chegou - aos sete anos de idade - e foi um encontro lindo: corri e me atirei nos braços da figura desconhecida daquele homem a minha frente, o que se segue são as coisas de praxe... abraços em câmera lenta, conversas, emoção, e comecei a me acostumar com aquela figura em minha vida, criei um laço com ele. Mas foi com o convívio - se é que esse pouco tempo pode se chamar de convívio - que percebi que havia uma pessoa que cumpria muito mais essa lacuna paterna em mim, era mais pai do que o meu próprio pai... o meu padrinho! Então poderia encher esse textos com frases pessimistas sobre o quão meu próprio pai, o biológico, é alheio a mim, mas prefiro agarrar-me ao maravilhoso presente que tenho em minha vida. Meu padrinho esteve comigo desde o meu nascimento, sempre ao meu lado, me instruindo para o futuro e com seus exemplos de homem bom e honesto, ajudando a construir um caráter. Hoje eu sei que sou uma pessoa sortuda, por ter uma pessoa a quem sinceramente amar e saber que ele está sempre disposto a me ajudar. E realmente comprovar a teoria que ouvi durante toda a minha vida e que ainda ouvirei por muitos anos a fio: Pai é aquele que cria. Pai, te amo, muito. Obrigada por tudo que o senhor tem me feito até hoje. Você é um orgulho pra mim.



Aproveitando a brecha e oportunidade pra falar de uma pessoa muito especial que aniversaria hoje (14 de agosto) que é minha madrinha. À essa altura, vocês devem ter percebido que realmente eu tive muita sorte na minha escolha de padrinhos, não é? Minha madrinha é uma mulher de fibra, de garra, uma mulher forte que não abaixa a cabeça diante dos problemas e nem muito menos deixa a peteca cair. Um exemplo pra mim. Que como ela fala: "só não fiz ter, mas o resto...", uma verdadeira mãe, que se doa para mim, que me impulsiona e direciona para caminhos que me servirão e farão bem ao meu futuro. Desde a leitura do meu livro preferido enquanto pequena (A zeropéia) até hoje quando me indica livros e leituras mais convenientes. Só tenho a agradecer por todos esses anos de carinho, ensinamentos, lições, amor, cuidados. Enfim, muito obrigada por tudo, saiba que o amor que eu sinto é inexplicável. Tem que se sentir pra ter uma ideia da dimensão que esse amor representa para mim. Te amo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A incerteza de um amanhã


"É noite, mais precisamente uma noite fria de agosto, tento olhar as estrelas pelo nublado céu de Campina Grande, porém as nuvens me impedem. Por que o próprio céu se esconde? De que se esconde? Será de meus pensamentos? Definitivamente não sei, mil coisas me passam pela cabeça a fim de responder tão simples e ao mesmo tempo complexa pergunta, mas logo desisto, pois ir contra a vontade do maior tira dele a sua magia. Então me pego pensando no amanhã, no que eu espero dele, ou no que provavelmente me acontecerá. Será que é isso mesmo que deveria ser? Seria esse o meu destino – se é que realmente existe? Complicado responder, o futuro é incerto, tão incerto quanto o que vou pensar daqui a dois minutos, porém os pensamentos não param, eles me invadem, apoderam-se de mim, chegam até a me corroer e finalmente me pego às lagrimas, lágrimas de tristeza? Talvez, mas prefiro chamar de lágrimas de um talvez. A sensação de incomodo persiste, mas por que se tudo parece ser para meu bem estar? Talvez porque o que precise não seja o melhor e sim desafios, então percebo que tudo não é devido à incerteza de um amanhã, mas sim a falta dele, o talvez de algo pré-determinado, que vai de contra minha vontade. A partir disso me pergunto, como eu aparentemente tão forte, posso ser “destruída” por um simples pensamento? Por que isso me afetaria tanto? Poderia ser o frio? A falta das minhas amadas estrelas? Não, apenas a incerteza constante, o provável adeus, melhor falando, o quase certo adeus, que prefiro chamar de até logo, soa menos doloroso, porém, embora menos doloroso, nada reconfortante. As lagrimas não param, parece que estou em sintonia com a triste noite, ou será que eu a deixei assim? Desconheço, mas os pensamentos voam para outro lado, o passado, o que já vivi e as pessoas que conheci o que já sofri e já sorri, então a incerteza do futuro retorna,será que fui justa nas minhas escolhas? Será que fiz alguém sofrer? Será que alguém está sentindo o mesmo que eu? Espero que sim e ao mesmo tempo em que não, literalmente sufocada, quase sem ar e totalmente sem palavras, me dou conta que por mais que tenha errado, sido egoísta ou arrogante, segui meu coração, dei o melhor de mim e tudo, exatamente tudo não irá ser esquecido e nem foi em vão, não pra mim, que agora vago em minhas lembranças e incertezas de possíveis futuros. E depois de tudo isso, simplesmente me entrego ao silencio da noite."

Texto de autoria da minha comparsa, Amanda Dantas. Muito bom, por sinal (=

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O mais cruel dos amores

É agosto, uma noite fria de agosto, pra ser mais exata. O café fraco, frio, com gosto amargo, permanecia na mesa ainda posta. A casa aparentemente silenciosa e a rua aparentemente de luto, numa escuridão sem fim. Havia a chuva que caía fina, como um véu que se estende acima de nossas cabeças, contrastando com as espessas lágrimas que caíam lentamente de seu rosto, apoiado entre as duas mãos. Permanecia solitária a mente do sujeito que conversava consigo mesmo olhando a cadeira vazia, mas ainda quente da permanência breve de um ser. A comida mal tocada, os estilhaços de objetos no chão. O eco do choro, o olhar de súplica feminino, o sentimento de culpa, acompanhado do choque de ver aquele corpo magro, pálido, de cabelos negros e temperatura gelada ali na sua frente, com um líquido qualquer, insignificante, brotando de seu peito. Poderia ser amor, a forma mais doentia desse amor. Mas estava obcecado, enciumado, agora caiu sobre suas costas o peso do que havia feito.
Num gesto insano, talvez impulsivo, quisera guardar para si a essência de algo que não admitia dividir com mais ninguém, agora o peito que antes batia por ele, não iria bater por mais ninguém, simplesmente não iria mais bater. E como que de relance, viu-se realizando o mesmo feito há minutos atrás... uns quinze, vinte, não fazia diferença. Queria juntar-se àquela que soubera mexer com o seu psicológico, àquela que ele amara até seu último fio de vida, mas também àquela de que cuja boca saíram as palavras mais insuportáveis de ouvir, aquelas que dariam por encerrado toda uma existência de sentido para ele. Não aguentara, só mais um gole e tudo estava feito. O barulho metálico e um corpo jogado ao chão, o rosto lentamente pousado no ombro da amada. O jorro de sangue misturado marcava a união de duas almas que, em breve, quem sabe, se encontrariam. Não mais nesta vida, porém.

sábado, 6 de agosto de 2011

A lembrança em poesia

Acordara com um incrível sorriso no rosto. Sorriso de gato sorrateiro, sorriso cabuloso. Sabia-se por seus olhos comprimidos como quem olha ao Sol, que havia um certo ar de felicidade naquele mês que denomina-se "mês do desgosto". Mas não pra ela. Bem, ao menos não por enquanto ! Tentava transformar em poesia o aroma das plantas, o perfume, o calor, o macio toque de pêssego, mas era uma tarefa impossível. Preferia guardar, secretamente, o que estava passando em sua mente como um filme e transformar em mais um capítulo de sua nova vida aventureira.

Na merecida tranquilidade

E sim! Pude constatar que é mesmo verdade quando diz-se por aí: "Tenha calma que a coisa vai melhorar" ou "dê tempo ao tempo". É, para muitos e em muitas situações, pode ser um conselho clichê pra lá de inútil, mas, como andei dizendo, realmente reparei que há um momento que suas dúvidas, problemas, crises (e o que de mais chato existe) estacionam... podem até não sumir, mas vão ficando com uma força negativa cada vez menor e você até pode conviver numa boa com eles.
Você vai vendo o quanto o mundo pode estar pior do que você, enquanto você tem tudo para agradecer todos os dias pela boa vida. Vê que reclamar demais não te leva a lugar nenhum, além de ser exaustivo pra você mesmo e para quem você tem por perto, não ameniza a sua situação e percebe que ficar de braços cruzados é uma furada!
Enfim, tentar desvencilhar-se do que te mais prende e atormenta o seu passado também é uma boa via para conseguir desvencilhar-se de uma vida confusa. Saber o que quer e fazer coisas que te acrescentam - e aos outros também - seria outra dessas vias. Você vai ver o quanto pequenas atitudes fazem grande diferença em sua vida, e que  ela pode estar ótima, mas você não dá o seu devido valor porque tá perdendo o tempo vendo só as mazelas que acontecem com você e com todo mundo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Poema Anjo


"Hoje eu acordei mais cedo, fiquei te olhando dormir. Imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir. Tenho cuidado de você todo esse tempo, você está sob meu abraço minha proteção.Tenho visto você errar e crescer, amar e voar, você sabe onde pousar. Ao acordar já terei partido, ficarei de longe escondido, mas sempre perto, decerto como se fosse humano, vivo, vivendo para te cuidar, te proteger, sem você me ver, sem saber quem sou, se sou anjo ou se sou seu amor.
Afinal, quem eu sou? Seu anjo, ou seu amor? Tenho asas?
Anjos aparecem invisíveis. Humanos também, quando amam. Quero dizer que já não importa mais saber de onde eu venho, se tudo que sou pra você, é amor. E se ainda assim, quiser voar, te levo comigo. Te mostro as estrelas, outros alados, Deus, a vida celeste e depois voltamos pra nossa casa até nos amarmos, até morrermos. Para dizer que é seu o anel sou, seu amor na terra e seu anjo no céu !"

Saulo Fernandes

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nostalgia construtiva



Permeada pela tenuidade que separa o arrependimento da vontade, agredida com um soco no estômago por dores passadas, lembranças que provocam silenciosos gritos internos. Mas ela não permitia-se nem sequer pensar sobre isso, porque pra ela se trata de um mal que já passou e sendo ela uma pessoa forte e madura o suficiente para distinguir o que lhe é indispensável daquilo que devia lhe ser indiferente - e parece ser, nesse instante -, apenas guardava ressentimentos, lágrimas que refletiam a luz da Lua tenebrosa da madrugada em que fora deixada só, a esperar algo que não viria e nem muito menos daria explicações. Confusa, é assim que se sentia, mas com uma certeza fortemente encravada na mente: não passaria por tudo aquilo de novo da mesma forma e repetindo os mesmos erros, tinha superado tudo. Pensar se algo em sua vida no momento presente precisa ser jogado fora, ou analisar o que tem de ser reciclado, ou as cores novas que dariam novo sentido à seu ser. Acima de tudo, encabulava de pegar-se pensando bobagens, colocando "se"s na história, pensando em tudo o que vivera.
Às vezes na vida, passamos por momentos maravilhosos, que logo se mostram desafiadores. Não rogue aos Céus, nem pergunte-se porque tudo tivera de ser assim, apenas aconteceu e pronto! Erros que cometemos, ou erros dos quais somos as vítimas sempre vem com o propósito de testar a nossa fortaleza, de testar o nosso armamento e capacidade de reerguer-se. Parece meio clichê falar isso, mas se trata de uma verdade.
Jamais teria aprendido a cozinhar, se não tivesse colocado a perder alguma receita, ou deixado o prato queimar. É assim na vida.
Cabe à nós termos equilíbrio para saber levantar e muito jogo de cintura para lidar com a volta por cima, porque não há nada melhor que o sentimento de renovação e de superação. Capítulos precisam ser encerrados, a poeira precisa ser sacudidada, uma pintadinha aqui, um conserto acolá e plim! Estamos prontos para encarar erros novos e levantar todas as vezes que cairmos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Assassino de si mesmo


Há pessoas que realmente fazem uma carnificina consigo mesmas. Essas são as que tem tanto medo de que as pessoas não gostem do seu modo de ser, que elas mesmas acabam não se aceitando e se escondendo atrás de mil facetas. Vivem assoladas pelo estereótipo, são inseguras e vivem de opinião alheia, além de retrair toda a criatividade que tem. Qual o problema de se vestir diferente, ter um corte de cabelo diferente e amar o que a massa populacional nem conhece? Isso não deve te por à mercê de um escárnio. 
Temos todo o direito de livre expressão e de sermos quem quisermos, então, pare de tentar agradar à todos ao seu redor, porque isso além de ser uma loucura, é inviável! Você perderá toda uma existência sendo um fantoche da sociedade enquanto poderia muito bem conviver com o seu próprio modo de ser e perceber que é mais seguro, divertido e compensador agradar a si mesmo.

Por favor, me vê uma dose de Lenine






Se você quer me seguir
Não é seguro
Você não quer me trancar
Num quarto escuro
Às vezes parece até
Que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...






 









Você não vai me acertar
À queima-roupa
Vem cá, me deixa fugir








 
 





Me beija a boca
Às vezes parece até
Que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só...








 
Não demora eu tô de volta
(Tchau!)
Vai ver se eu tô lá na esquina
Devo estar!
(Tchau!)
Já deu minha hora
E eu não posso ficar
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir prá rua
(Tchau!)
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua...


                                                                      Hoje eu quero sair só!

                                                                                                            (Lenine)

Pelo direito de complicação


Não sabem o que querem
Nem sequer sabem se querem.
Nem tão seco assim,
Mas também nem tão pegajoso.
Pitada de romance e instinto selvagem.
Muito doce,
Muito salgado.
Frio e quente.
Preto e Branco.
Meio liso, meio ondulado.
Respeito e insistência.
Mulheres, admitamos, legalmente complicadas.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O tempo todo, tudo muda.

Se há uma verdade irrefutável, esta seria de que as coisas mudam muito! O que aconteceu há um dia pode dar um reviravolta completa até chegar ao outro dia. Tudo é assim: as coisas, pessoas, sentimentos, paisagens, situações.
O difícil é aprender a lidar com isso, mesmo sendo o ser humano muito bem adaptável. Não que eu quisesse tudo estável o tempo todo, até porque há muitas mudanças que vem para o bem e sendo o tempo tão curto, elas nos permitem vivenciar inúmeras experiências diferentes, nos ensina a ter maturidade de encarar as coisas. Mas as coisas boas mudarem tão rápido como a areia do deserto que a cada ventania transforma-se em uma paisagem totalmente diferente da antes vista? É um tanto cruel, nos tira da nossa zona de conforto, mas quem falou que essas coisas boas que mudam não podem mudar para coisas melhores ainda? Afinal, não são todas as coisas que eu gosto logo de cara, às vezes elas necessitam de um tempinho para se mostrarem grandiosas.
Enfim, podem vir as mudanças, porque o que é realmente importante tá guardado e levarei comigo.

domingo, 26 de junho de 2011

Receita de felicidade



Preciso comtemplar o céu estrelado que só minha cidade tem. O meu Céu. Ou melhor dizendo: o NOSSO Céu! Sentar com minhas amigas e olhar a Lua: brilhante como um sorriso. Necessito das vozes familiares, dos intrumentos familiares, das canções com sabor de infância. A praça, ah, o coreto! Minha felicidade consiste em captar cada sorriso, cada pupila, como se meus olhos fossem uma máquina fotográfica. Saber de cor o som de cada crise de riso, saber imitar cada forma de dançar, ser capaz de identificar as pessoas pelo cheiro ou pelo toque das mãos. Está na tranquilidade. Minha felicidade está estampada em cada rosto familiar, na família, no abraço de cada um.  Com todo esse relato eu poderia dizer que minha felicidade está somente aqui, mas não, ela vai comigo na lembrança, me dando forças pra que eu possa semear felicidade aonde eu for e assim poder colher frutos dela em vários lugares diferentes.

Porque felicidade não faz sentido se você não tem ninguém pra compartilhá-la (=

sábado, 25 de junho de 2011

Toda rotina tem a sua beleza

"A rotina da mão é o toque".



A idéia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem sua beleza 


Gabriel Oliveira R. Moura

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Indiferença

Bem que dizem que o contrário do amor  não é o ódio, porque ambos estão na mesma categoria dos sentimentos, só que em intensidade oposta. O contrário do amor é a indiferença. Que pode revelar-se por dois caminhos: um deles é a indiferença sendo terrivelmente cruel, é quando ela representa o silêncio e a omissão de quem amamos, a outra faceta é a que nos "cai bem". Quando tentamos por vezes esquecer alguém por ser melhor pra nós mesmos e por uma dose conveniente de amor-próprio e, depois de tantos esforços, choros, dores, percebemos que aquela pessoa não é mais o pivô dos seus sentimentos. Tá, pode até ter virado uma amizade, mas acontece que as atitudes e até a existência dela não combinam muito com o tipo de vida que agora apresenta-se a você. A simples menção do nome dele não é mais capaz de acelerar seu coração, secar sua garganta e fazer suas pernas ficarem sem força. Essa é a face menos dolorosa da indiferença, porque tem um certo sabor de superação, é dessa indiferença que eu gosto secretamente.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Beleza atrái, conteúdo convence

Por mais que preguem esse discurso de que não importa a beleza, e sim o interior, vemos que essa questão não é uma prática homogênea. Já dizia Vinícius de Moraes: " As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental." E como culpar as pessoas por isso? Conteúdo convence, mas beleza atrai, beleza conta. É um cartão de visita para aproximarmos e conhecermos a índole de uma pessoa. Mas se deixar influenciar só por isso é ser fútil! Porque aparência muda mais que caráter. Além de que beleza não conversa com você, beleza não dá opiniões legais, nem será a resolução de todos os problemas. Mais belo que o corpo de uma pessoa, ou o seu cabelo, ou rosto,  é o que ela guarda dentro de si, o coração, os sentimentos, emoções, isso sim é bonito, e que poucos sabem contemplar e reconhecer e é muito mais valioso e duradouro. 

sábado, 18 de junho de 2011

Sugadoras de paciência


 Estava quieta, no meu lugar, numa noite comum, na minha casa, onde o único barulho era o das teclas sendo pressionadas, conversando com algumas amigas, tentando alcançar a inspiração pra escrever algo, otimizando assim a minha insônia. Mas eis que me vejo em situação de desvantagem, sendo o prato principal de umas centenas, milhares, milhões de muriçocas! Essas criaturinhas arteiras, pretinhas, que, com suas picadinhas incômodas já sugaram tanto meu sangue à ponto de eu não conseguir pensar em mais nada. Ahh, como eu queria aquelas raquetes elétricas, daquelas que com uma na mão você vira um psicopata e se sentindo o próprio exterminador, onde mais que a fome, mais que o sono, mais que a vontade, você quer matar essas infelizes. Elas, como confidentes, susurram seus segredos chatos e inoportunos nos meus ouvidos, entoando a canção da impaciência e irritabilidade e eu nada posso fazer à respeito. Elas são muitas, mutantes, gritantes!

Sendo servida como o prato principal do banquete noturno delas.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Loucos e Santos



Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

Indicação da minha amiga linda, Amanda Dantas. Super bom gosto ! (=

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lágrimas contidas






Muitas vezes em nossa vida, fingimos estar bem, forjamos um falso sorriso. Os motivos? São diversos... sorrimos pra reprimir uma lágrima, sorrimos pra não encher a outra pessoa com os nossos próprios problemas, sorrimos porque fingimos ser fortes, sorrimos porque convém à sociedade parecermos bem e educados. Mas, se você pensar bem, frágil não é a pessoa que chora, muitas vezes é, necessariamente, o contrário. A verdadeira fragilidade está incubada nas lágrimas freadas, no soluço contido. Frágil é o que tem medo de chorar.
O choro é, para mim, algo de puro que podemos compartilhar com o mundo. É quando a tristeza amordaçada sai verdadeiramente, quando algo de uma primazia imensa vem à tona, emana em pétalas a rosa da alma.
Meu caminho até agora, foi sempre recheado de sorrisos amarelos por conveniência, abraços frouxos, um "tudo bem?" dito só por costume, onde não se está mesmo interessado na resposta, mas as lágrimas, ah... as lágrimas me foram sempre verdadeiras.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A verdadeira jovialidade




Qual a idade do seu espírito? Você poderia facilmente confundí-la com a sua própria idade, o que não seria de todo errado, porque se trata de uma questão muito subjetiva. Mas se repararem bem, há pessoas que aparentam ter anos a menos do que de fato tem, justamente por ter o espírito mais jovem, alegre e de fato, contagiante, é de encher a vista! Essas pessoas não ficam presas à algarismos, na verdade, idade para elas é apenas um dado documentado, não impede de viver, não cria limitações. Em contrapartida, o oposto também ocorre, pessoas tão jovens e já tão marcadas pela velhice psicológica, estão aí, deixando o fio de vida passar à sua frente, como se fosse apenas um expectador passivo.
Jovens de verdade não somos nós, que não possuímos um número maior que dois na casa das dezenas, o verdadeiro jovem é aquele com maturidade suficiente para saber que ele não está fadado a comportar-se como alguém da sua idade. Quebre tabus, não siga os mesmos caminhos que outros seguiram, eles só te levarão até onde os outros já foram. Muito mais gratificante ao convívio um "velhinho" que conversa sobre assuntos contemporâneos, que dança, se diverte sem se importar com a opinião dos outros do que um adolescente cravado na monotonia de uma vida sem cor.
A sua idade não cabe aos outros, ela é sua, você terá a idade que quiser ter, acredite.

Dedicado à uma pessoa que conheci há pouco tempo, mas que tem um espírito tão livre e alegre que faz da sua companhia algo viciante. (:

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Di-va!

"Eu gosto de estar bem vestida ou inteiramente despida. Não me preocupo com o meio termo." (Marilyn Monroe)



"Não me alimento de quases, não me contento com a metade! Nunca serei sua meio amiga ou seu meio amor... é tudo ou nada." (Marilyn Monroe)

"A imperfeição é bela. a loucura é genial e é melhor ser absolutamente ridículo que absolutamente chato." (Marilyn Monroe)

Re-clamar





Um desabafo? Há épocas de sua vida que você, necessariamente, não tem do que reclamar. Está fazendo o curso dos sonhos, rodeada de pessoas divertidas, uma vida social super ativa, boas notas, mas ainda sim encontra motivos para inquietar-se. Mania de ser humano que não faz sentido. Você teima em buscar as coisas mais ínfimas para dar seus respectivos defeitos, como se não se contentasse nunca com a vida que leva. Reclama se tem muita coisa pra fazer, reclama do tédio, do frio e do calor. Satisfazer-se? Isso é algo que não está existindo no vocabulário. Vivendo como se cada coisa que te propusessem a fazer fosse encarada como um limão azedo, ou como uma corrida sem fim e sem recompensa, nada de doces, nem troféus, nem homens/mulheres bonitos (as).
Se é errado queixar-se quando muitos à sua volta não levam nem o que se pode chamar de vida para queixar-se também? É, errado sim, e ainda por cima feio.

Mas, quer saber? Hoje eu estou, de direito, reclamona, chatinha e implicante, então releva, vai ?!


Não faz sentido? Concordo plenamente contigo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pra lembrar do que tínhamos em abundância





Acho interessante relações frágeis, assim, que não suportam um pequeno vendaval, qualquer brisa leva. Isso me leva a pensar sobre a veracidade do que tínhamos. Porque acima de tudo, uma amizade faz criar raízes, que você achava que eram profundas, mas só você ficou presa ao chão, a outra pessoa se foi e não te deu uma mínima explicação. Prefiro pensar que foi tudo verdadeiro e que esse afastamento foi golpe do destino, ou coisa assim. Cadê as promessas de que nada iria mudar? Se foram, junto com aquela cumplicidade que tínhamos, aqueles segredos contados à meia noite no telefone, que se estendiam até uma hora da manhã, aquele carinho todo que você tinha por mim, os conselhos sobre minhas relações amorosas, ou sobre a roupa que eu iria vestir. Tínhamos amizade em abundância.
Mas falar que não ligo pra isso seria mentira! Mesmo estando sozinha nessa amizade, poucos sabem a importância que você tem pra mim.

À um amigo, mesmo apesar de tudo.
Acredito que muitas pessoas reconhecerão de quem eu estou falando.

É que o poder lhe subiu a cabeça

Há pessoas que não sabem por na mesma balança poder e humildade. E se há uma coisa que eu odeio é abuso de poder, de gente que quer mandar em tudo e em todos e que nos faz propostas inúteis só pra mostrar que pode mais. Gente poderosa de verdade, não precisa dos outros para estar reafirmando seu potencial.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mudança


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

Clarice Lispector, meu vício !

"Mais solitário que um paulistano"






Você quer ligar, quer muito conversar com alguém, mas, ligar pra quem? O carinha lá a fez sofrer, o outro não vale nada, o outro, bem, o outro não tem nada a ver com você... e aí vão se acabando todas as suas alternativas até que você se vê só. Uns você perdeu, outros perderam-te. Outros você nem chegou a conhecer. Não que uma pessoa pra ser feliz tenha que, necessariamente, amar outra, viver suspirando flores, mas convenhamos que ter alguém que te enche de carinho e atenção é muito bom. O ser humano necessita disto, nem todas as pessoas gostam de gritar no show: "eu tô solteiro e tô feliz", mas não porque queiram um namorado, mas um alguém. Enquanto isso vamos vivendo, enchendo-nos de amores vazios e iguais, que em nada  acrescentam, justamente porque nenhum deles é "a" pessoa, a que preenche o seu ser e a torna plena. Você até chega a pensar que é melhor estar assim, sem ninguém, fechada no seu escudo estará imune de maiores sofrimentos, mas engana-se e percebe que isto é o que você quer impor a si mesma, quer enganar-se pra tentar fazer isto virar verdade.
E ficamos aqui, esperando alguém vir ao nosso encontro, de braços cruzados. De fato você poderia estar fazendo algo acontecer, mas há uma coisa chamada amor-próprio, orgulho e vergonha na cara que te impedem. E aí? Bem, e aí nada, se você não consegue mandar isso tudo pro inferno por uma chamazinha de esperança, espera sentada que teu príncipe há de chegar, só se for numa mula velha e cheirando a bode.

sábado, 4 de junho de 2011

A  correria do dia-a-dia te priva de inúmeras coisas que acabam passando despercebidas. Um sorriso amigável de um desconhecido na rua, a beleza de um dia de Sol, até o amor da sua vida, que você procura tanto, poderá estar passando perto de você, e você nem desconfia.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Só querer

Querer é poder! Quem foi mesmo que disse essa frase? É uma lástima que ela não seja verdadeira... porque não adianta mesmo você desejar algo com todas as forças, ele não vai cair do Céu bem no seu colo! Antes fosse assim. Você todo esperançoso aí com esse clichê, passa a desejar muito uma coisa, e a falta que aquilo faz, traz ainda mais tristeza de não poder tê-lo. Querer não é poder. Se fosse assim, a caixa de correios do Todo Poderoso não estaria cheia de reclamações de pedidos que não foram atingidos, não é mesmo?
 Não digo para excluir todos os sonhos e planejamentos que você construiu em uma vida inteira, mas ao invés de ficar por aí querendo, faça acontecer! É bem mais útil e eficaz, bem mais do que esperar de braços cruzados. A vida não é fácil e a maturidade traz consigo uma lição: ninguém vai fazer as coisas por você, de agora em diante o serviço é todo seu, você é responsável por seus atos, sua vida. E não adianta querer, você não vai poder, a menos que seja fruto de suas realizações.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

.

"Optei por não escrever isso à mão porque, provavelmente, não reconheceria (nem eu, se você perguntasse, nem você pela letra). Isso aqui é mais um momento confessionário do que propriamente mais uma dessas cartas fajutas que se escreve por aí sem nenhuma ideologia por trás. Sim, ideologia. Não, eu não sou doida. E sim, você já sabe quem é. Momentos idiotas acontecem a todo o tempo, desde sempre e com todo mundo. Tive o meu em um intervalo de menos de 5 minutos. Estou perdoada pelo Divino!
O que eu quero dizer, finalmente e sem mais rodeios, é que não sei se me arrependo de fato em ter ficado um tanto indiferente a você desde que todo o tumulto aconteceu. Não sei se foi melhor o acordo de tentar manter uma relação amigável após uma quebrada de cara federal da minha parte. Isso seria hipócrita, na verdade. E, até onde eu me conheço, hipocrisia não é o meu forte. Mentira não é o meu forte.
Querer algo mais estreito contigo, eu quero. Isso não é novidade para ninguém. Mas ficar felizinha porque você me deu um “oi, tudo bom?” é deplorável, não acha? Bem, eu acho. O que eu sei é que, desde que todo o emaranhado de situações se fez, tudo o que vem acontecendo depois (pelo menos pra mim) tem sido incógnita. VOCÊ é uma incógnita, a SITUAÇÃO é uma incógnita e EU sou uma incógnita maior ainda.
MEUS SENTIMENTOS SÃO INCÓGNITAS! Sabe o que é isso?! VOCÊ NÃO SABE O QUE É ISSO!!!
Talvez nem note o quanto tudo isso tem me feito mal. Talvez até note, mas nem ligue. Talvez esteja nessa de ser amigável por pura pena da criatura que chorou bêbada na sua frente, um dia depois de todo o fim do acontecimento. Sim, porque foi um acontecimento. Aliás, vários.
Eu, que não queria dar brecha a ninguém, forjar uma situação em que ficasse confortável estar sem estar de fato pra aliviar a dor de cabeça posterior –que sempre acontece – e conseguir me apegar em menos de 2 meses de convivência um tanto que na minha cabeça ERA IMPOSSÍVEL DE CALHAR, é um acontecimento. Além de literalmente “abrir as pernas” para uma pessoa que para mim seria mais do que um “amigo pinto”... Bem, hoje, eu me pergunto o que danado deu na senhora da razão. Cadê a porcaria da racionalidade aí?! CADÊ O CÉREBRO, pelo amor de Deus?!
Nessas horas, me aparece de tudo, inclusive que depois desse abre e fecha de pernas que o desinteresse aconteceu. Mas isso para mim há de se manter no campo da imaginação. Como diz mamãe, “foi ter a sobremesa antes do prato principal... PERDEU A FOME!”.
É... ainda tenho muito que aprender - a começar pela coragem de te encarar de frente."

Esclarecendo, O TEXTO NÃO É DE MINHA AUTORIA! ;*
Se fosse, eu não teria porque esconder, beleza?