segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Em um estado meio dormente, que parecia um meio termo entre a vontade e a desistência ou entre o sono e a vigília, lágrimas quentes caíam pelo rosto. Ela não se esforçava, as lágrimas brotavam e rolavam, esquentando sua bochecha, contrastando com o clima frio da cidade. Agarrava-se ao travesseiro como quem agarra a última chance. Cerrava o maxilar e chorava, remoía todas as dores extremamente familiares, dores de entranhas, dores já paridas. A melancolia te inspirava e alfinetava.  A música, já repetida umas 16 vezes, não sei, martelava em sua cabeça e era máquina de mais lágrimas. A escuridão, o cheiro de canela do incenso quente, a melodia, o sono. Só isso.