quinta-feira, 29 de março de 2012

Só saudade

Aquieta, querida!
Não deixa teu coração se inspirar pelo preto da noite
Nem que teus olhos pareçam barcos naufragados, perdidos.
Acalenta o teu soluço ao lembrar de balanços e fatias de Sol
Teu rastro não se apagará, nem tampouco será cortado o teu cordão umbilical
Põe o teu sorriso, aquele que faz seus olhos sumirem.

E nestes sussuros, eu que não bebo café, desejei umas três ou quatro xícaras, pelo menos
Pra aquecer a alma e o corpo, um cobertor feito de mãe e uma voz dizendo que isto tudo é passageiro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Giradouro mental

A minha mente está coberta por tinta em todo lado
Não é só ser escravo dos meus impulsos
Há agruras e figuras no meu pensamento
Há mestres e vozes todo o tempo falando comigo.
Tudo aparenta sonho, tudo fede a sonho
Não sei se o dito normal sonha feito louco
Ou se eu, tão louco, sonho ser normal.
Mas a relatividade me permite
Asfixiaram-me no sistema
Amorteceram minha voz
Sedaram minhas ações
Ouvem com demência incomum os meus discursos sábios.
Eles não me ouvem. Que discurso? Que discurso?
Louco não somente eu, loucos vocês.
Escravizados, padrões, enclausurados
Cegos, surdos, estúpidos
Comuns.

domingo, 4 de março de 2012

Mescla

Ao certo ninguém a decifrava
Se era fera ferida, ou se só o "ferida" já bastava.
De tantas personalidades, não escolheu uma sequer igual a outra.
Talvez fossem facetas de uma mesma personagem
Que criava para tentar arrumar mais umas duas ou três máscaras para gostar de si mesma.
E ela que não sabia ser mais certa ou menos errada
Fundia-se no desejo ardente de fazer algo valer à pena.