terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vinho, paixão e um adeus!

Diana era confusa e envolvia as pessoas em sua teia emaranhada de indecisões. O jeito excêntrico de Paul a fazia sentir secreta vergonha, ele andava sempre com o cabelo despenteado e jaqueta de couro, como se estivesse em perfeita desarmonia, principalmente o seu português tropeçado. Ela era o que pode ser chamado de "dondoca", bonequinha da sociedade, educada nos costumes mais finos, isso a fazia pensar nos comentários aguçados de suas colegas do ioga.  Ele era explosivo e impaciente, não suportava ser sempre tratado como um meio e não um fim. Após dias de incessantes brigas, com reconciliações sempre muito explosivas, rumos, decisões e garrafas de vinho foram tomados, todas as exclamações se transformariam em pontos finais, tudo não teria passado de uma aventura, iniciada após longos papos e copos de tequila em uma boate caribenha.
 O beijo de despedida tinha sabor de ventania, embora marcante. Diana sussurrou naqueles ouvidos quentes as palavras de um até logo, jogado como vidro, que cai e corta! Ela sabia que ao abrir os olhos, embargados por lágrimas, o sonho desabaria, a noite já teria se tornado dia e aquele perfume de almíscar e o cheiro de loção de barbear se dissipariam no ar.
Era o fim, o fim daquele maio tão aconchegante, o fim da pluralidade do "nós", do casal temperado por paixão ardente.
Com o dia já raiado e os lençóis marcados com vestígios de vinho, ela foi embora. O barulho de buzinas, a freada, os gritos e a figura de uma mulher, no chão. O destino os separara para sempre.

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