sexta-feira, 13 de maio de 2011

Obscuridade da face oposta

Marisa estava consideravelmente mais quieta, fechada em si. Onde andava toda aquela felicidade que, um dia, irradiavam de seus olhos? Eu respondo: deram lugar à tristeza cravada no drama do seu olhar negro.
Tentara, por vezes, obrigar-se a ficar feliz, mas esta máscara caia em curtos intervalos de tempo. Era uma alegria falsa, superficial, morna.
Estava sempre rodeada de pessoas, mas com pesar, descobria-se só e oca... oca por dentro. Não sabia desatar os nós da sua mente. Apresentava-se como um profundo mistério para si mesma.
Descobri, com desconforto, do que se tratava. A pessoa que partira seu coração era a única que também poderia juntar os seus pedaços, era a que o mantinha batendo. Uma lástima!
Foi então que ela pensou uma coisa óbvia, mas que jamais lhe ocorrera: ele não esteve presente todo o tempo em sua vida, ela já vivera sem ele e, por mais que essa ideia esbofeteasse sua alma, era auto-tortura e uma pitada de masoquismo continuar vivendo assim. Telefonou-o na mesma hora, mas a voz não saiu... e dessa vez, o seu silêncio foi mais determinante e mais dotado de significado que todas as palavras que pudesse dizer. Resolvera tudo.

Dedicada à uma amiga X

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