terça-feira, 17 de maio de 2011

Do que se chama saudade






Acordar com o cheirinho de manhã, com o canto dos pardais. Meu quarto escuro, aconchegante... sinto falta do timbre inconfundível das vozes que pairavam na casa, ou dos risos e barulhos dos pequeninos. Do verde que me acompanhava à mesa de jantar, aquele pedaço de natureza dentro de casa. Cada cantinho habitado por mim ali, tudo com cores e aromas familiares, nostálgicos. Aaaah, minhas cadeiras de balanço, que a gente tanto se aprochegava pra jogar conversa fora... ah, minha amigas ! A praça, tão nossa, palco de loucuras. Lá esquecíamos a timidez e exercíamos o dom de ter uma criança dentro de nós. A calçada do "Serviço natural e restaurante", os banquinhos, todos sãos guardiães de ótimas lembranças e segredos.
Meu colégio, as amigas sempre ali, a rotina deliciosa, os abraços, as piadas, a parceria, as freirinhas, o cházinho cura tudo da coordenação, o pastel de Segundo, as aulas à tarde, as provas à noite, o ônibus. Pessoas, paisagens, poesias.
Sinto falta de coisas simples, porém dotadas de um incrível valor simbólico. A crueldade (ou qualidade) do tempo, consiste em passar rápido demais. As pessoas, coisas, vão ficando no caminho, inesquecíveis, nítidos, guardados em um relicário dentro de mim.

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