Em um estado meio dormente, que parecia um meio termo entre
a vontade e a desistência ou entre o sono e a vigília, lágrimas quentes caíam
pelo rosto. Ela não se esforçava, as lágrimas brotavam e rolavam, esquentando
sua bochecha, contrastando com o clima frio da cidade. Agarrava-se ao
travesseiro como quem agarra a última chance. Cerrava o maxilar e chorava, remoía
todas as dores extremamente familiares, dores de entranhas, dores já paridas. A melancolia te inspirava e alfinetava. A
música, já repetida umas 16 vezes, não sei, martelava em sua cabeça e era
máquina de mais lágrimas. A escuridão, o cheiro de canela do incenso quente, a
melodia, o sono. Só isso.
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