Sobre a expansão de consciência e a afirmativa certeira de
que havia nascido ali, naquele estado, no meio daquelas luzes e cores que me
olhavam e me abraçavam, não me incomodavam. Árvores luminosas, leões d’água,
cidades subterrâneas. Foi ali, no meio daquele calor de março, daquele ritmo,
daquela cumbia, daquela energia, daquelas pessoas. Poderia me aninhar na aura
colorida e doce, na freneti(cidade). Foi aqui que nasci, afirmei de novo. Nasci
nesse solo quente, nasci nos ritmos. Toquei de leve o chão e levei minha mão
por todo o meu corpo. Mais que estar ali, eu queria fazer parte daquilo, queria
ser absorvida pelas notas musicais. Um ritmo suado, agoniado, eu não era
matéria corporal, eu era som, batimentos, era um eu abstrato. Meu coração, uma
batida. Meu cérebro, uma batida. Meus olhos, uma batida. E me atirei naquela
rua, no coração onde nasci.
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