Quando o frio me guardou em seus braços, eu quis calor. Frio
nos deixa aquele vazio não preenchido e aquele gosto de café amargo na garganta,
de amor ausente. Quando a noite cai, eu me aqueço na minha própria existência
morna, nos meus devaneios incertos e pensamentos melancólicos. Por vezes,
sorrio pras estrelas, quando elas aparecem... mas nem sempre elas me devolvem o
sorriso. Madrugadas são um templo, onde amantes envolvem-se em tranças de
pernas, onde boêmios entoam canções meio desajeitadas de uns goles a mais,
mulheres tragam seus cigarros, pessoas dormem, outras refletem...onde
pensamentos varrem o juízo como chuva fina lava a calçada e eu, meio tonta de
sono, reconheço o peso das minhas palavras e que, a tristeza, real ou
inventada, me inspira.
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