Querido 2013,
Falta muito
pouco para nos conhecermos, não é? Ouvi muito falar de você (acho que já posso
me atrever a chamá-lo de você, dada a iminência do nosso encontro). Confesso agora que pensei que você demoraria
mais, mas me enganei, e como me enganei! Vejo o quão precipitado você é! Nem
bem me despedi ainda de 2012 e você já vem chegando, todo posudo! A impressão
que me dá, é que eu e 2012 passamos pouco tempo juntos, que ele veio bem
ligeirinho, mas as histórias que escrevemos juntos, daria um livro! Nossa,
2013, seu antecessor foi intenso, muito intenso, mas um ótimo professor.
Se me
permite a licença, e se o senhor não estiver muito apressado como todos os anos
do calendário sempre estão, posso até arriscar-me a contar um pouco da minha
grande aventura com 2012. Espero que leia, e que trate com respeito minhas
palavras.
Eu bem me
despedia de 2011, com um abraço, e 2012 já chegou brindando, me dando uma pista
de como aquele ano seria. Prometeu, e cumpriu!
De primeira, me contou que eu conheceria muita gente, e ele acertou em
cheio. Foi um ano de muitas viagens,
dentro e fora de mim. Nestas viagens, pessoas,
subjetividades, singularidades. Algumas passavam despercebidas; outras passavam, marcavam, mas passavam;
algumas, estava ridiculamente perto de mim, bem ao alcance das mãos, e eu
sempre as deixava passar. Dessa vez foi diferente, houveram muitas que eu
agarrei, tantas outras que me agarraram! Essas você irá conhecer, pode ter
certeza, amigo.
Cada tocar de alma, enriqueceu-me de um jeito
que poderia eu fazer inveja a qualquer sheik árabe, cuja maior riqueza se
traduz em ouro e posses. São almas, coloridas, esvoaçantes, maciças,
singulares, risonhas. São probabilidades. Ganhei sorrisos! Alguns, até tive que arrancar
pra conseguir, você acredita? Outros, eu tive que trocar pelos meus, e ainda,
joguei ao vento milhares de sorrisos meus, mesmo se eu não esperasse nenhum em
troca (mas assumo, eu sempre esperava). Olhares? Tenho aos milhares, cada um
com sua cor, cada um com uma intensidade, um trejeito, inesquecíveis, me piscam
a cada memória do seu dono. Abraços, afetos, amigos, risadas pra lá de sonoras,
palavras de carinho? Incontáveis.
Conheci
muito o outro, para conhecer melhor ainda o eu. E eu que achava que me conhecia
o suficiente! Que tola! O ser humano está em constante mutação e, uma hora ou
outra, você vai desconhecer-se. Me desconstruí, para construir um eu renovado,
um eu ativo, um eu engajado, um eu mais eu, assim como a lagarta, que perde o
medo do casulo escuro, que larga o comodismo e as coisas conhecidas e se lança
à uma nova empreitada em busca do novo, mesmo com medo do que possa encontrar.
Imagine só encontrar asas, cores, sentidos! Você pode descobrir que o novo é mesmo
fascinante, e que, você pode também preservar o velho. O ser humano é um ser adaptável! Tenho asas,
tenho cores, nomes e características.
É por essas
vivências, tão marcantes, 2013, que sinto já saudade de 2012. Mas, acho que
depois de toda essa nossa conversa você já me conhece um pouco, e eu te conheço
um outro tanto. Como isso é possível? Eu te vi passeando em cada olhar
esperançoso e ansioso que te busca, em cada promessa feita, na tentativa de ser
posta em prática, em cada oração silenciosa, que clama por um ano melhor, por
novas chances. É, você já está quase aqui. Na certa, deve estar atrás de mim,
terminando de ler esta carta para, finalmente, me conhecer. Tenho vontade de me
virar e ver logo sua cara. Como será você, 2013? Por favor, seja bonzinho
comigo, tá? Seja temperado, seja doce, agridoce, seja singular. Contagem
regressiva. Rolhas disparadas dos pescoços do champanhe. Branco. Dourado. Os
fogos de artifício enfeitam o céu e me entrega-o de presente. O relógio zera, o
minuto para. É hora de virarmos, cara a cara. Um novo ano, um novo capítulo,
365 folhas em branco. A mente repete o
mantra, é hora de evoluir. Apenas mais um segundo e... eu sabia que você estava
bem atrás de mim! BEM VINDO, 2013.
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